Events

Rod Johnson – Tendências em Java EE: Como serão os próximos 5 anos

Navegue o futuro do Java com seu arquiteto mais influente—explore os insights prescientes de Rod Johnson sobre computação em nuvem, JVM poliglota e a revolução open source que moldou a próxima década

Série: TDC Rio 2009 | Parte 2 de 2 > Insights fundamentais da maior conferência Java do Brasil

Foto da palestra do Rod Johnson

Na quarta-feira do TDC no Rio, uma das palestras mais aguardadas foi a de Rod Johnson, criador do Spring Framework e autor de livros que marcaram a evolução da plataforma Java.

A palestra começou às 10h e tratou de forma direta e provocadora sobre mudanças e tendências, a partir da visão de alguém que sempre esteve envolvido com o que há de mais relevante em desenvolvimento Java e arquitetura de software.

Cloud Computing: o poder distribuído

Rod destacou que uma das maiores mudanças de paradigma em curso era o avanço do cloud computing. A possibilidade de distribuir o poder computacional e escalar sob demanda elimina a necessidade de comprar infraestrutura sob medida para picos — o que reduz drasticamente os custos e melhora o tempo de resposta de sistemas.

Em termos simples, com a nuvem você paga por uso e não por capacidade ociosa.

Desenvolvedores famintos vs. gerentes resistentes

Um ponto que gerou risos e identificação na plateia foi quando Rod comentou como desenvolvedores são atraídos por novas tecnologias, testam e aprendem rapidamente — apenas para serem bloqueados por coordenadores e gerentes que odeiam mudanças. O resultado é um “muro” de resistência onde inovação morre antes de nascer.

O medo do monopólio

Rod alertou para o risco de monopolização do ecossistema Java, onde uma única empresa controla todas as peças da tecnologia — desde a plataforma até as ferramentas. Isso, segundo ele, limita a inovação e cria dependência.

Ele citou o caso da compra da Sun pela Oracle, e sugeriu cautela: “Depender de uma única empresa para tudo nunca é bom para o ecossistema.”

A revolução poliglota e o papel da JVM

Apesar do crescimento de linguagens como Ruby, Python e Scala, Rod reforçou que o Java continua dominante. Ele não acredita que será a última linguagem, mas sim que a JVM é o verdadeiro trunfo — pois suporta múltiplas linguagens e se adapta melhor às novas demandas.

Hoje, você pode usar Groovy, JRuby ou Clojure dentro do mesmo ambiente. Isso é poder real.

Open Source como catalisador da inovação

Rod defendeu que o modelo open source é essencial para a inovação. Sem ele, o Spring não teria nascido — afinal, que startup teria acesso a licenças e contratos com IBM, Oracle ou BEA para criar um framework?

O open source reduz a barreira de entrada e convida mais desenvolvedores para a conversa.

Por outro lado, ele alertou que o excesso de projetos open source pode confundir e fragmentar o ecossistema — algo que exige maturidade da comunidade para selecionar bem o que adotar.

Ruby on Rails e a inspiração para o Spring Roo

Rod comentou que embora o Ruby on Rails tenha popularizado a produtividade extrema, ele não acredita que codificação deva ser descartável. A lição, segundo ele, está no equilíbrio entre produtividade e clareza — algo que a equipe do Spring tentou aplicar no desenvolvimento do Spring Roo, uma ferramenta de scaffolding inteligente.

A compra da Spring Source pela VMWare

A aquisição da Spring Source pela VMWare foi outro ponto de preocupação na época. Mas Rod tranquilizou dizendo que a VMWare reconhecia a importância do open source e não alteraria a agenda da comunidade.

Cloud Foundry e o futuro da plataforma

Rod encerrou sua fala mencionando o surgimento de soluções como o Spring Source Cloud Foundry, que começava a explorar o conceito de PaaS (Platform as a Service) para facilitar a vida de quem desenvolve e opera aplicações Java.

Conclusão: a hora dos desenvolvedores brasileiros

Para Rod, o open source é global e o momento era ideal para que desenvolvedores brasileiros participassem mais ativamente.

“Não sei se é por desconhecimento ou falta de incentivo, mas este é o momento. A comunidade global precisa da energia e criatividade de vocês.”


Publicado após a palestra de Rod Johnson no TDC Rio 2009.