Qualidade

Bug Bash: Como Garantimos Qualidade em Equipe

Uma abordagem focada em testes colaborativos que constrói responsabilidade compartilhada pela qualidade antes do lançamento

Bug Bash: Como Garantimos Qualidade em Equipe

Bug Bash é um daqueles rituais clássicos da engenharia de software que continuam relevantes mesmo depois de décadas. Em nossa tribo de Monetização, ele virou parte do processo sempre que vamos lançar algo novo.

Neste post, explico como organizamos um Bug Bash remoto ou presencial, por que ele é importante, e como estruturamos a sessão para ter resultados rápidos e colaborativos.


O que é um Bug Bash?

Um Bug Bash é uma sessão coletiva onde engenheiros, PMs, designers e pesquisadores exploram juntos uma funcionalidade antes do lançamento. Isso acontece depois que já construímos o produto incrementalmente com uma suíte de testes automatizados robusta. O foco é usar o produto como usuários reais usariam — com variedade de dispositivos, navegadores e expectativas — para encontrar problemas que nossos testes automatizados não conseguem capturar.

“Aqui não é para passar no teste. É para quebrar mesmo.”

O objetivo é encontrar problemas difíceis de prever ou reproduzir com testes tradicionais, e receber feedback sobre pontos cegos no produto. Bug Bash não substitui testes automatizados — ele complementa nossa estratégia de qualidade quando já temos uma base sólida de testes.


Por que fazemos Bug Bash?

Sempre fazemos Bug Bash no final do ciclo, após termos uma suíte de testes automatizados funcionando, e aqui está o porquê:

  • Ajuda a identificar bugs cedo e com baixo custo.
  • Promove responsabilidade compartilhada pela qualidade.
  • Expõe o produto à diversidade de uso real.
  • Aumenta a colaboração entre áreas.
  • Gera aprendizados e confiança antes do lançamento.
  • Complementa nossa estratégia de testes automatizados com perspectivas humanas.
BenefícioPor que importa
Descoberta rápida de bugsProblemas críticos aparecem antes do produto ir para o ar
Aprendizado entre timesTodos têm contato com partes do sistema que não conhecem
Redução de riscosAssumimos menos e testamos mais
Perspectiva humanaCaptura problemas que testes automatizados não conseguem detectar

Quando fazemos o Bug Bash?

Agendamos quando:

  • Estamos próximos de um lançamento importante.
  • Todas as histórias estão finalizadas e disponíveis no ambiente de testes.
  • A funcionalidade está madura o suficiente para testes exploratórios.
  • Nossos testes automatizados estão passando e a base de código está estável.

Normalmente, a sessão ocorre uma semana antes do release, mas adaptamos conforme a necessidade.


Quem facilita?

Na nossa tribo, geralmente são engenheiros que facilitam. Mas qualquer pessoa pode assumir, desde que organize e mantenha o foco da sessão.

O ideal é ter duas pessoas facilitando — uma para suporte técnico e outra para acompanhar a documentação e ajudar quem tiver dúvidas.


Como conduzimos?

Dividimos o Bug Bash em 4 fases. Curtas, diretas, e com foco em resultado:

1. Preparação (15 min)

  • Definir os facilitadores.
  • Criar a planilha do Bug Bash.
  • Checar acesso ao ambiente e builds mobile.
  • Compartilhar escopo e instruções de teste.
  • Enviar convite com agenda e RSVP.
Checklist:
- [ ] Facilitadores definidos
- [ ] Planilha/documento pronto
- [ ] Acesso ao ambiente verificado
- [ ] Convite enviado

2. Abertura & Check-in (10 min)

  • Validar se todos têm acesso aos sistemas e planilha.
  • Explicar o objetivo e escopo da sessão.
  • Reforçar que ninguém será culpado por encontrar bugs — é trabalho de equipe.
  • Pedir para todos registrarem:
    • Passos para reproduzir
    • Prints (se possível)
    • Dispositivo e navegador usados

3. Sessão Explorativa (50 min)

  • Todos testam livremente.
  • Facilitadores acompanham e desbloqueiam dúvidas.
  • Participantes preenchem diretamente os achados na planilha ou Jira.

Campos essenciais:

  • Título
  • Passos para reproduzir
  • Esperado vs. observado
  • Ambiente (navegador, OS, dispositivo)
  • Prioridade
  • Nome de quem reportou

4. Encerramento & Priorização (20 min)

  • Designers e Produto revisam os bugs.
  • Validam o que é bug real vs. mal entendido.
  • Priorizam (P0–P2).
  • Criam tickets com a label bugbash.

Apenas bugs críticos entram no sprint atual. O restante vai para grooming.


Considerações Finais

Bug Bash é uma forma de dizer que qualidade é responsabilidade de todos. É mais que caçar bugs — é criar confiança no produto que estamos prestes a entregar.